sábado, 25 de outubro de 2008

HOMEM VERSUS ANIMAL


O que separa o homem do animal
É o mesmo que o complementa.
Trazem em seu enorme manancial
Aquilo que a ambos sustenta.

Quando nos tornamos inteligentes
Deixamos para trás o rude e bestial.
Engraçado ver que temos entre dentes
A mesma atitude fundamental.


Mas não somos de todo diferentes,
Que o que nos mantém é a sobrevivência.
E acabamos no fim todos doentes,
Sem que haja aqui grande diferença.

Bípedes e quadrúpedes, vagamos
Ao sabor de nossas necessidades.
Verdade se diga, ambos nos empenhamos
Por fazer parte de uma sociedade,

Arrogante é o homem, julgando-se perfeito
Em toda a sua bestialidade enfim.
A homem e a animal o mesmo direito
Com principio à cabeça, meio e fim.

Se o homem respeitasse o animal
Viveríamos numa sociedade mais feliz.
Mas por torná-lo assim desigual
Dos dois qual deles o mais infeliz?

Seria preciso uma revolução aqui
Que tratasse bem seu semelhante.
Só assim poderíamos pôr um fim
Ao que agora nos é dissemelhante.

O poeta é um homem de massas,
O homem um absurdo de incongruência
.E vivemos do Algarve as passas,
Com tanta inerme e fútil inconsistência.

Jorge Humberto
11.10.2007 - Lisboa
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=19800

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